Em 2015, já foram registrados 220 mil casos da
doença no Brasil; SP vive situação crítica
Leonardo
Souza, com informações da Agência Brasil
Do Rio de Janeiro
Do Rio de Janeiro
Os sintomas já são conhecidos. “Dores fortes no
corpo e uma febre que vai e vem. Nos primeiros dias, o maior problema foram as
articulações e as tonturas. Fiquei fraco, cansado”. Há seis dias, o jornalista
Francisco Silva, morador de Lorena, no interior de São Paulo, convive com os
remédios e a suspeita de dengue. “Como a cidade está com muitos casos,
conseguir atendimento rápido vira um problema. O que me passaram após os exames
é que não foi confirmado, mas que a dengue reage de várias formas. Não dá para
abusar”, revela.
O estado de São Paulo concentra, sozinho, mais da
metade dos casos de dengue registrados em todo o país, de acordo com o
Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti, divulgado pelo
Ministério da Saúde no início do mês. Mais de 190 mil casos da doença foram
notificados e 67 mortes confirmadas em municípios paulistas, 75% do total
registrado em todo o ano passado no estado. Segundo o estudo, 340 cidades
brasileiras estão em situação de risco para a ocorrência de epidemias e 877
estão em alerta.
Na guerra contra o mosquito transmissor, os
governos municipais e estaduais contam com a ajuda da população. “O Poder
Público tem controle ínfimo no controle da reprodução do mosquito, em virtude
de 85% dos criadouros se encontrarem no interior dos imóveis particulares. O
trabalho de prevenção à dengue é a eliminação de criadouros por parte da
população, nada pode ter mais resultado que isso”, afirma o Educador de Saúde
da Vigilância Epidemiológica de Lorena, David Quadros.
Especialistas apontam que o longo período de
estiagem vivido desde o ano passado colaborou para o cenário atual, já que os
ovos do mosquito sobrevivem em ambientes secos por mais de um ano. “Por isso os
ralos devem ser telados ou tratados quimicamente com cloro ou água sanitária a
cada 3 dias e os pratos de plantas, que devem ser mantidos com areia até a
borda, além dos bebedouros de animais domésticos. Os três criadouros citados
figuram como os principais utilizados pela espécie para sua reprodução”,
ressalta Quadros.
Rio de Janeiro
Na capital fluminense, a dengue também faz vítimas.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, são mais de cinco mil casos
notificados. Só em Resende, na região sul fluminense, a doença já fez nove
vítimas, de acordo com a prefeitura da cidade.
“A prevenção é a melhor forma de se evitar a
dengue. A população está mais consciente e hoje sabe que a melhor forma de se
proteger do mosquito é evitar que ele se desenvolva, eliminando os criadouros
dentro dos domicílios. O alerta permanece até que possamos permitir um cenário
ainda mais seguro para os próximos anos”, afirma Alexandre Chieppe,
superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de
Estado de Saúde do Rio de Janeiro.
Segundo Chieppe, o fim do período chuvoso pode
representar um alívio para as capitais que estão em alerta por causa da dengue.
“A análise da série histórica de dengue no estado do Rio e na capital mostra
que o período de transmissão da doença se estende de março a junho, com pico de
transmissão em abril. Junho apresenta uma queda significativa no número de
casos da doença e essa diminuição se acentua ainda mais no mês de julho”,
conclui.
Vacina
Com o aumento dos casos da doença no estado, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckimin, pediu autorização da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para a utilização de uma vacina
contra a dengue, que ainda está em fase de testes.
Entretanto o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
descartou o uso do recurso neste momento. “Mais cedo ou mais tarde nós teremos
vacina contra a dengue, mas hoje, objetivamente, nós não temos. Não temos
vacina, não temos disponibilidade de distribuição de vacina para a população, e
portanto a principal arma de prevenção é continuar a combater os criadouros, e
no caso dos serviços de saúde, diagnóstico correto”.
Atualmente não existe tratamento específico para a
dengue no país. No caso de sintomas da doença, a orientação é ingerir líquidos,
como água, sucos, chás e soros caseiros, além de manter repouso absoluto. É
proibido o uso de medicamentos à base de ácido acetil salicílico e
antiinflamatórios, como Aspirina e AAS, pois podem causar hemorragias.
Combate
A Dengue é uma doença infecciosa transmitida pela
picada do mosquito Aedes Aegypti. As larvas destas espécies se proliferam em
água parada, limpa ou suja. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados para
eliminar os focos de acumulo de água:
- encher de areia os pratos dos vasos de plantas
- manter caixas ou barris de água fechados
- não deixar água da chuva acumulada sobre a laje
- guardar garrafas sempre de cabeça para baixo
- não deixar pneus expostos com água em
seu interior
Fonte
Canção Nova
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