Na
mensagem para a Quaresma 2015, foco do Papa é para a indiferença com relação ao
sofrimento alheio, um “mal-estar” global que os cristãos têm o dever de enfrentar.
Da Redação
O Vaticano divulgou nesta
terça-feira, 27, a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015. O convite
do Santo Padre é para um fortalecimento dos corações, a fim de que os cristãos
cumpram seu dever de enfrentar a “globalização da indiferença”.
Segundo
o Papa, esse é um dos desafios mais urgentes e constitui uma tentação real para
os cristãos. Deus não é indiferente ao mundo, recorda o Pontífice, logo, o povo
de Deus precisa de uma renovação para não cair na indiferença e nem se fechar
em si mesmo.
Tendo
em vista essa renovação, Francisco propõe uma meditação sobre três âmbitos: a
Igreja como um todo, paróquias e comunidades e cada um dos fiéis.
O
Pontífice recorda que a Igreja é comunhão de coisas santas. E tendo em vista
que os fiéis estão interligados em Deus, podem fazer alguma coisa mesmo por
aqueles que estão distantes.
Isto
vale também para as paróquias e comunidades, diz o Papa, pedindo que tais
comunidades sejam ilhas de misericórdia em meio à indiferença.
“Nestas
realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que fazemos parte de
um único corpo? Um corpo que, simultaneamente, recebe e partilha aquilo que
Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis,
pobres e pequeninos?”.
A
tentação da indiferença é apresentada também para cada indivíduo, recorda
Francisco. Há uma saturação de notícias e imagens que relatam o sofrimento
humano e faz sentir, ao mesmo tempo, uma incapacidade de intervir.
Para
não se deixar absorver por essa “espiral do terror e da impotência”, Francisco
indica a oração, gestos de caridade e reconhecer no sofrimento do próximo um
apelo à conversão.
Francisco
pede aos fiéis que vivam a Quaresma como um percurso de “formação do coração”,
como já havia convidado Bento XVI, atualmente Papa Emérito. O Santo Padre
ressalta, porém, que ter um coração misericordioso não significa ter um coração
frágil
“Quem
quer ser misericordioso precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador
mas aberto a Deus; um coração que se deixe impregnar pelo Espírito e levar
pelos caminhos do amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo, um coração
pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro”.
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